quarta-feira, 27 de outubro de 2010

ANO LITURGICO

Santo Agostinho cabe bem ao programa desta semana: “Quanto mais conhecemos, mais amamos”.




Este símbolo do ano litúrgico, nos ajuda entendê-lo.

Várias pessoas vão à Igreja e acham tudo lindo, porém, muitas vezes não conseguem entender a simbologia, que está acontecendo lá.
Antigamente, por exemplo, a letra M era associada à Maria. Hoje, quando se vê um M há quem fique em dúvida quanto ao seu significado, se é alguma marca de produto ou de loja comercial.
A igreja tem muitos sinais que desconhecemos. Por pararmos de usá-los, outros se apropriaram. O tema deste programa foi escolhido para elucidar àqueles que vão à igreja e querem saber mais sobre o que está acontecendo, e o que está sendo celebrado.
Estamos nas vésperas de Cristo Rei, o princípio e o fim. Por isso, nos aprofundaremos mais neste assunto.
O ano litúrgico
Ele é desenvolvido para celebrar os grandes momentos da fé cristã, baseados em dois grandes princípios considerados marcos da igreja: encarnação (Natal) e ressurreição (Páscoa).
O calendário estabelecido pela igreja é denominado de “Ano ou Calendário Litúrgico”. Ele é diferente do ano civil ou calendário normal, que começa em 1º de janeiro e termina em 31 de dezembro.
O Ano Litúrgico começa no 1º domingo do Advento, cerca de quatro semanas antes do Natal, e termina no sábado anterior a 24 de dezembro. Ele é dividido em tempos e ciclos, sobre os quais vamos aprender mais, hoje.
Reforço aqui a importância do 1º domingo do Advento, que abre o Ano Litúrgico. É o dia do Senhor! Nele acontece uma grande festa da qual devemos participar, afinal, como todo domingo, também é uma páscoa.
Cada rito da igreja tem o seu próprio calendário litúrgico. E, a cada ano se trabalha um rito em especial, assim como, as leituras da Bíblia, que são cíclicas e se repetem a cada três anos, nos domingos e solenidades.
As leituras desses dias são divididas nos anos A, B e C - Ano A: Evangelho de São Mateus; Ano B: Evangelho de São Marcos; e Ano C: Evangelho de São Lucas. Na realidade são quatro os evangelhos, mas, o quarto - Evangelho de São João - é reservado para as ocasiões especiais, principalmente para as grandes festas e solenidades.
Entendendo as leituras
Nos dias de semana do Tempo Comum, há leituras diferentes dos anos pares e para os anos ímpares, com exceção do Evangelho, que se repete ano a ano. Assim, a cada três anos, se acompanharmos a liturgia diária, teremos lido quase toda a Bíblia.
O Ano Litúrgico começa com a festa de Cristo Rei. O Rei do Universo, o momento da revelação, o princípio e o fim. Tanto que no sírio pascal tem as letras alfa e ômega, que representam o princípio e o fim de tudo.
A festa de Cristo Rei encerra o Ano Litúrgico de 2008 e abre o ano de 2009.
Tempo do Advento
É tempo de espera, de expectativa. Jesus vai nascer! É tempo de preparação para as solenidades do Natal, data em que comemoramos a primeira vinda do Filho de Deus ao Mundo. Também é um tempo em que, baseados nessa lembrança, os corações se voltam à expectativa da segunda vinda de Cristo, no fim dos tempos. Por esse duplo motivo, o tempo do Advento se apresenta como um período de piedosa expectativa e de purificação de vida.
Tempo do Natal
Emanuel- Deus conosco. Ele está no meio de nós!
Natal é um tempo de fé, alegria e acolhimento do Filho de Deus que se fez Homem.
O tempo do Natal de Nosso Senhor se estende de 24 de dezembro
Até o domingo após da festa da Epifania, na qual se comemora o Batismo de Jesus. Durante esse ciclo são celebradas as festas da Sagrada Família, de Santa Maria, Mãe de Deus e o Batismo de Jesus.
Tempo da Quaresma
Período forte de conversão e penitência, jejum, esmola e oração. Quarenta dias de preparação para a Páscoa do Senhor. Nesse espaço de tempo não se diz o Aleluia, nem se coloca flores na igreja; evita-se muitos instrumentos e não se canta o Glória a Deus nas alturas, a fim de que as manifestações de alegria sejam expressadas de forma mais intensa na Páscoa, que se aproxima. A Quaresma inicia-se na Quarta Feira de Cinzas e termina na manhã da Quinta Feira Santa.
Tríduo pascal
O Tríduo Pascal começa com a missa da Santa Ceia do Senhor, na Quinta Feira Santa. Neste dia, celebra-se a instituição da Eucaristia e do Sacerdócio, e comemora-se o gesto de humildade de Jesus ao lavar os pés dos discípulos.
Na Sexta Feira Santa celebra-se a Paixão e Morte de Jesus Cristo. É o único dia do ano que não há missa, apenas uma celebração da Palavra, denominada “ação ou ato litúrgico”.
No Sábado Santo, a Igreja não exerce nenhum ato litúrgico. É dia de contemplação de Jesus morto e sepultado. Porém, na noite desse dia, já pertencente ao Domingo de Páscoa, acontece a solene Vigília Pascal. Conclui-se, então, o Tríduo Pascal preparatório para o ponto máximo da Páscoa: o Domingo da Ressurreição.
Tempo Pascal
A Festa da Páscoa ou da Ressurreição do Senhor, se estende por cinqüenta dias entre os domingos de Páscoa e de Pentecostes, que comemora a volta de Cristo ao Pai, na Ascensão, e o envio do Espírito Santo.
Essas sete semanas devem ser celebradas com alegria e exultação, como se constituíssem um só dia de festa, ou melhor, um grande domingo, vivendo uma espiritualidade de alegria no Cristo Ressuscitado e crendo firmemente na vida eterna.
Tempo Comum
É Cristo agindo no meio de nós.
Além dos tempos que têm características próprias, restam no ciclo anual 33 ou 34 semanas durante as quais são celebrados os Mistérios de Cristo na sua vida pública. Durante o Tempo Comum comemora-se principalmente aos domingos, o próprio Mistério de Cristo em sua plenitude. É um período sem grandes acontecimentos, mas que mostra a presença de Deus nas coisas mais simples. É um tempo de esperança, acolhimento da Palavra de Deus.
Apesar de ser chamado de Tempo Comum, ele não tem nada de vazio. É tempo para a Igreja dar continuidade à obra de Cristo, nas lutas e no trabalho pelo Reino.
O Tempo Comum é dividido em duas partes. A primeira é compreendida entre os períodos do Natal e da Quaresma, momentos de esperança e de escuta da Palavra que anuncia o Reino de Deus. A segunda, entre os tempos da Páscoa e do Advento, período para o cristão colocar em prática a vivência do Reino e ser sinal de Cristo no Mundo, ou como o próprio Jesus disse: ser sal da Terra e luz do Mundo.
O Tempo Comum é ainda, tempo privilegiado para celebrar as memórias da Virgem Maria e dos Santos.
As cores da igreja
Quando vamos à igreja, notamos que o altar, o ambão, a estola e a casula usadas pelo padre, têm a mesma cor. A cada período estas cores variam. Isso porque, a igreja se veste com as cores próprias de cada momento.

* Branco - Simboliza alegria, ressurreição, vitória e pureza. É usado na Páscoa, no Natal, nas solenidades e festas do Senhor, de Nossa Senhora e dos Santos (exceto dos apóstolos e mártires).
* Vermelho - Lembra o fogo do Espírito Santo e também o sangue. É a cor usada na liturgia dos apóstolos, dos mártires, no Domingo de Ramos, na Sexta Feira Santa e no Pentecostes.
* Verde - Simboliza o crescimento e a esperança. É usado no Tempo Comum.
* Roxo - É símbolo de penitência e conversão, usado nos tempos do Advento e da Quaresma, e também nas missas dos defuntos e sacramento da confissão.
* Preto - É sinal de tristeza e luto, que hoje está praticamente em desuso na liturgia.
* Rosa - Pode ser usado no 3º domingo do Advento e no 4º domingo da Quaresma. Simboliza uma breve pausa, certo alívio no rigor da penitência da Quaresma e na preparação para o Advento.

Para entender melhor tudo isso, preste mais atenção nos detalhes e na liturgia da Igreja.

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